6.2 CÔNICAS
Cônica é um conjunto de pontos X = (x, y) do
R2 que satisfazem, em relação a base canônica a = {(1, 0), (0, 1)}, a equação do 2º grauNós já conhecemos, da geometria analítica, o tratamento das cônicas que não possuem o termo misto Cxy (C = 0), onde os termos em x e em y podem ser agrupados e o completamento dos quadrados reduz a equação, permitindo o seu reconhecimento e a sua representação geométrica. A caracterização dessas cônicas (C = 0) é terem seus eixos de simetria paralelos aos eixos cartesianos. A presença do termo Cxy na equação indica que a cônica não terá mais eixos de simetria paralelos aos eixos Ox e Oy. Como por exemplo a elipse cuja equação é
e que não tem seus eixos paralelos aos eixos Ox e Oy, como podemos ver no gráfico que segue.
Observe, na equação, que a separação das variáveis x e y não pode mais
ser feita. Na verdade, o que devemos fazer é buscar outra base
b = {u
6.2.1 REPRESENTAÇÃO MATRICIAL DA EQUAÇÃO DA CÔNICA
Uma equação de cônica, em coordenadas canônicas do
R2Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0
pode ser expressa matricialmente por:
ou
Nosso objetivo é eliminar da equação o termo misto Cxy. Para
isso, observemos que a matriz define um operador simétrico sendo, portanto, diagonalizável. Isso
indica que a nova expressão da cônica, sem termo misto, pode ocorrer na base b de autovetores. A matriz K será então substituída por sua
representação, nessa base b de autovetores, por
=
, onde l1 e l2 são os autovalores de K. Note que, por K ser simétrica, a base b de autovetores é ortogonal. Tomaremos b
como uma base ortonormal, de forma que a matriz de mudança da base a
para a base b , que comparece na forma linear, será uma matriz
ortogonal e, então, exibirá a rotação ou a rotação seguida de reflexão que ocorre
com os eixos Ox ou Oy ao se transformarem em Ox1 e Oy1.
Voltemos a representação matricial da cônica. Substituindo na forma quadrática a
matriz K pela matriz temos:
.
Esta
equação tem agora a forma quadrática na nova base mas a forma linear ainda na base
canônica. Para obtermos a equação toda na nova base devemos substituir por
. Da mudança de base sabemos que
onde
é a matriz de mudança da base de autovetores para a base canônica. Temos então,
finalmente
.
Essa
nova equação, agora na base ortonormal b = {u1, u2}, de autovetores de K, não possui mais o termo misto e portanto sua
posição geométrica será facilmente reconhecida. Prestemos atenção, no exemplo
desenvolvido a seguir, e observemos que as colunas de são autovetores normalizados de K, u1 e u2, correspondentes respectivamente aos autovalores l1 e l2. A expressão matricial pode então ser
escrita assim:
Tomemos, para exemplificar a equação dada anteriormente como ilustração:
.
representação matricial da equação (na base canônica)
autovalores de K: det(K l I) = 0
.
autovetores de K: (K l I)v = 0
Nova base do R2:
para obter
:
representação matricial da equação (na base b ):
equação da cônica na base b :
redução e representação geométrica
\ Elipse
C ( 1, 2)
semi-eixo maior:
1 semi-eixo menor:// Ox
// Oy1
A representação geométrica da cônica é dada na segunda figura desta subunidade (6.2).