FAZENDO A CONTAS PARA ACHAR OS BONS EMPREGOS

Matemáticos em primeiro lugar em um nova classificação
das melhores e piores ocupações nos EUA

The Wall Street Journal, 6 de Janeiro de 2009.

Por Sarah E. NEEDLEMAN

Dezenove anos atrás a carreira de Jennifer Courter tomou um caminho que, desde então, lhe deu um fluxo constante de empregos lucrativos e de baixo stress. Agora a sua profissão - Matemática - foi classificada no topo de um novo estudo dos melhores e piores empregos nos Estados Unidos.

"É muito mais do que apenas uma matéria chata que todo mundo tem que aprender na escola", diz a Sra. Courter, uma pesquisadora em matemática que trabalha na "Mental Images Inc.", um fabricante de software de visualização 3D em São Francisco. "É a ciência da resolução de problemas."

O estudo, que será liberado a partir de terça feira na CareerCast.com, um novo site de empregos, avalia 200 profissões para determinar o melhor e o pior de acordo com cinco critérios inerentes a todo trabalho: meio ambiente, renda, chance de se obter um emprego, exigências físicas e stress (CareerCast.com é publicado pela Adicio Inc., na qual a empresa proprietária do Wall Street Journal, News Corp, detém uma participação minoritária.)

Os resultados foram compilados por Les Krantz, autor de "Jobs Rated Almanac", e são baseados em dados do gabinete americano de estatísticas do trabalho e do "Census Bureau" (o departamento americano que faz o recenceamento), bem como estudos de associações comerciais e a experiência do Sr. Krantz.

Segundo o estudo, matemáticos se saíram melhor em parte porque normalmente trabalham em condições favoráveis - em ambientes fechados e em locais livres de substancias tóxicas ou ruído - ao contrário daqueles no final da lista, como operador de centrais de processamento de esgoto, pintor e pedreiro. Também não se espera deles que trabalhem levantando pesos pesados, se arrastando ou se agachando - atributos associados a ocupações como bombeiro, mecânico de automóveis ou encanador.

O estudo considera também salário, que foi determinado medindo-se o rendimento médio de cada trabalho e seu respectivo potencial de crescimento. O rendimento anual dos Matemáticos foi calculado em US$ 94.160, mas a Sra. Courter, que tem 38 anos, diz que seu salário é superior a esse montante.

O seu emprego consiste em trabalhar como parte de uma equipe virtual que cria programas de computador baseados em matemática, alguns dos quais foram utilizados para fazer filmes como "The Matrix" e "Speed Racer". Ela trabalha em casa, em seu computador conectado com a rede da empresa e raramente trabalha horas extras ou se sente estressada. "Resolução de problemas envolve muito pensamento", diz a Sra. Courter. "Eu acho isto tranquilizante".

Outros empregos no topo da lista do estudo incluem Atuário, Estatístico, Biólogo, Engenheiro de Software, Analista de Sistemas, Historiador e Sociólogo.

Os 20 melhores empregos estudados foram:

  1. Matemático
  2. Atuário
  3. Estatístico
  4. Biólogo
  5. Engenheiro de Software
  6. Analista de Sistemas
  7. Historiador
  8. Sociólogo
  9. Designer Industrial
  10. Contador
  11. Economista
  12. Filósofo
  13. Físico
  14. Oficial de Liberdade Condicional
  15. Meteorologista
  16. Técnico de Laboratório de Análises Clínicas
  17. Assistente Paralegal
  18. Programador de Computador
  19. Editor de Cinema
  20. Astrônomo
E os 20 piores empregos estudados são:
  1. Pedreiro
  2. Bombeiro
  3. Trabalhador em Clínicas Infantis
  4. Pintor
  5. Enfermeiro
  6. Tecnico em Descontaminação Nuclear
  7. Açougueiro
  8. Mecânico de Automóveis
  9. Metalúrgico (Sheet Metal Worker)
  10. Carteiro
  11. Trabalhador em Construções
  12. Ferreiro
  13. Lojista
  14. Soldador
  15. Lixeiro
  16. Técnico de Emergência Médica
  17. Marinheiro
  18. Motorista de Taxi
  19. Trabalhador em Fazenda de Laticínios
  20. Lenhador

Para informações sobre a metodologia do estudo e descrições detalhadas, veja http://careercast.com/jobs/content/JobsRated_Methodology.

Mark Nord é um sociólogo que trabalha para o Departamento de Agricultura do "Serviço de Pesquisas Economicas" em Washington, DC. Ele estuda questões relacionadas à fome em lares americanos e escreve relatórios científicos sobre suas descobertas. "A melhor parte do trabalho é a sensação de que eu estou contribuindo para que os políticos tomem decisões acertadas", diz ele. "As conclusões às quais eu chego são utilizadas por organizações sociais (advocacy organizations), a mídia e funcionários do governo.

O estudo estima que sociólogos ganhem US$63.195 por ano, embora o Sr. Nord, de 62 anos, diga que seu rendimento é cerca de duas vezes esse montante. Ele diz que não está surpreso com os resultados da pesquisa pois o seu trabalho gera pouco stress e ele tem um horário fixo, trabalhando sempre das 7h30 às 4h00. "É tudo feito no computador em minha mesa", diz ele. "O principal risco ocupacional é a síndrome do túnel do carpo."

Na extremidade oposta do espectro de carreiras estão os lenhadores. O estudo mostra que estes trabalhadores tem a pior ocupação, devido à natureza perigosa do seu trabalho, um emprego com poucas perspectivas e baixa remuneração anual - apenas US$32.124.

Novos equipamentos protetores - tais como coberturas para calças feitas de materiais reforçados com fibra de vidro - e uma maior ênfase na segurança contribuíram para reduzir lesões entre os lenhadores, diz Paul Branch, que gerencia o departamento de madeira na "Pike Lumber Co" in Akron, Indiana. Ainda assim acidentes ocorrem de tempos em tempos, e alguns até mesmo resultam em morte. "Não é um trabalho que qualquer pessoa possa fazer", diz o Sr. Branch.

Mas Eric Nellans, que tem cortado madeira nos últimos 11 anos para Pike Lumber, é apaixonado pela sua profissão. "É um trabalho muito gratificante, especialmente no final do dia quando você vê o trabalho realizado", diz ele. O sr. Nellans, de 35 anos, não se desencorajou mesmo depois de ter quebrado a perna direita há quatro anos ao derrubar acidentalmente uma árvore morta. "Eu estava de volta na floresta cortando madeira em cinco semanas", diz ele.

Outros empregos no final da lista: trabalhador em fazenda de laticínios, taxista, marinheiro, técnico de emergência médica e carpinteiro.

Mike Riegel, um carpinteiro de 43 anos em Flemington, Nova Jersey, diz que gosta de trabalhar "ao ar livre". Uma vez que ele dirige o seu próprio negócio, que ele herdou de seu pai, ele pode iniciar e terminar o seu dia bem cedo no verão ou fazer o oposto quando está frio.

O estudo estima que carpinteiros ganhem rendimentos anuais de US$34.164, o que o Sr. Riegel diz que é coerente com aquilo que ele paga a novos empregados. Carpinteiros também foram mal classificado por causa de suas condições de trabalho perigosos. "Você não pode, evidentemente, ter medo das alturas", diz o Sr. Riegel, que uma vez caiu de dois andares enquanto trabalhava em um telhado na chuva, mas felizmente aterrisou com segurança em uma pilha macia de terra. "Por muito pouco eu não caí no cimento."

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