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Guia Foca GNU/Linux
Chapter 17 - Arquivos e daemons de Log


A atividade dos programas são registradas em arquivos localizados em /var/log . Estes arquivos de registros são chamados de logs e contém a data, hora e a mensagem emitida pelo programa (violações do sistema, mensagens de error, alerta e outros eventos) entre outros campos. Enfim, muitos detalhes úteis ao administrador tanto para acompanhar o funcionamento do seu sistema, comportamento dos programas ou ajudar na solução e prevenção de problemas.

Alguns programas como o Apache, exim, ircd e squid criam diversos arquivos de log e por este motivo estes são organizados em sub-diretórios (a mesma técnica é usada nos arquivos de configuração em /etc, conforme a padrão FHS atual).


17.1 Formato do arquivo de log

Um arquivo de log é normalmente composto pelos seguintes campos:

     Data|Hora|Máquina|daemon|mensagem

O campo máquina é o nome do computador que registrou a mensagem (a máquina pode atuar como um servidor de logs registrando mensagens de diversos computadores em sua rede). O campo daemon indica qual programa gravou a mensagem.

O uso dos utilitários do console pode ajudar muito na pesquisa e monitoração dos logs, por exemplo, para obter todas as mensagens do daemon kernel da estação de trabalho wrk1, eliminando os campos "wrk1" e "kernel":

     cat /var/log/*|grep 'wrk1'|grep 'kernel'|awk '{print $1 $2 $3 $6 $7 $8 $9 $10 $11 $12}'

Os parâmetros "$1", "$2" do comando awk indica que campos serão listados, (omitimos $4 e $5 que são respectivamente "wrk1" e "kernel").


17.2 Daemons de log do sistema

Os daemons de log do sistema registram as mensagens de saída do kernel (klogd) e sistema (syslogd) nos arquivos em /var/log .

A classificação de qual arquivo em /var/log receberá qual tipo de mensagem é controlado pelo arquivo de configuração /etc/syslog.conf através de facilidades e níveis (veja Arquivo de configuração syslog.conf, Section 17.2.1.1 para detalhes).


17.2.1 syslogd

Este daemon controla o registro de logs do sistema.

syslogd [opções]

opções
-f
Especifica um arquivo de configuração alternativo ao /etc/syslog.conf.
-h
Permite redirecionar mensagens recebidas a outros servidores de logs especificados.
-l [computadores]
Especifica um ou mais computadores (separados por ":") que deverão ser registrados somente com o nome de máquina ao invés do FQDN (nome completo, incluindo domínio).
-m [minutos]
Intervalo em minutos que o syslog mostrará a mensagem --MARK--. O valor padrão padrão é 20 minutos, 0 desativa.
-n
Evita que o processo caia automaticamente em background. Necessário principalmente se o syslogd for controlado pelo init.
-p [soquete]
Especifica um soquete UNIX alternativo ao invés de usar o padrão /dev/log.
-r
Permite o recebimento de mensagens através da rede através da porta UDP 514. Esta opção é útil para criar um servidor de logs centralizado na rede. Por padrão, o servidor syslog rejeitará conexões externas.
-s [domínios]
Especifica a lista de domínios (separados por ":") que deverão ser retirados antes de enviados ao log.

Na distribuição Debian, o daemon syslogd é iniciado através do script /etc/init.d/sysklogd.


17.2.1.1 Arquivo de configuração syslog.conf

O arquivo de configuração /etc/syslog.conf possui o seguinte formato:

     facilidade.nível                    destino

A facilidade e nível são separadas por um "." e contém parâmetros que definem o que será registrado nos arquivos de log do sistema:

Todas as mensagens com o nível especificado e superiores a esta especificadas no syslog.conf serão registradas, de acordo com as opções usadas. Conjuntos de facilidades e níveis podem ser agrupadas separando-as por ";".

OBS1: Sempre use TABS ao invés de espaços para separar os parâmetros do syslog.conf.

OBS2: Algumas facilidades como security, emitem um beep de alerta no sistema e enviam uma mensagem para o console, como forma de alerta ao administrador e usuários logados no sistema.

Existem ainda 4 caracteres que garantes funções especiais: "*", "=", "!" e "-":

Os caracteres especiais "=" e "!" podem ser combinados em uma mesma regra.

Exemplo: Veja abaixo um exemplo de um arquivo /etc/syslog.conf padrão de sistemas Debian

     #
     # Primeiro alguns arquivos de log padrões. Registrados por facilidade
     #
     
     auth,authpriv.*                 /var/log/auth.log
     *.*;auth,authpriv.none          -/var/log/syslog
     cron.*                         /var/log/cron.log
     daemon.*                        -/var/log/daemon.log
     kern.*                          -/var/log/kern.log
     lpr.*                           -/var/log/lpr.log
     mail.*                          /var/log/mail.log
     user.*                          -/var/log/user.log
     uucp.*                          -/var/log/uucp.log
     
     #
     # Registro de logs do sistema de mensagens. Divididos para facilitar
     # a criação de scripts para manipular estes arquivos.
     #
     mail.info                       -/var/log/mail.info
     mail.warn                       -/var/log/mail.warn
     mail.err                        /var/log/mail.err
     
     # Registro para o sistema de news INN
     #
     news.crit                       /var/log/news/news.crit
     news.err                        /var/log/news/news.err
     news.notice                     -/var/log/news/news.notice
     
     #
     # Alguns arquivos de registro "pega-tudo".
     # São usadas "," para especificar mais de uma prioridade (por 
     # exemplo, "auth,authpriv.none") e ";" para especificar mais de uma 
     # facilidade.nível que será gravada naquele arquivo.
     # Isto permite deixar as regras consideravelmente menores e mais legíveis
     #
     *.=debug;\
             auth,authpriv.none;\
             news.none;mail.none     -/var/log/debug
     *.=info;*.=notice;*.=warn;\
             auth,authpriv.none;\
             cron,daemon.none;\
             mail,news.none          -/var/log/messages
     
     #
     # Emergências são enviadas para qualquer um que estiver logado no sistema. Isto
     # é feito através da especificação do "*" como destino das mensagens e são
     # enviadas através do comando wall.
     #
     *.emerg                         *
     
     #
     # Eu gosto de ter mensagens mostradas no console, mas somente em consoles que 
     # não utilizo.
     #
     #daemon,mail.*;\
     #       news.=crit;news.=err;news.=notice;\
     #       *.=debug;*.=info;\
     #       *.=notice;*.=warn       /dev/tty8
     
     # O pipe /dev/xconsole é usado pelo utilitário "xconsole". Para usa-lo,
     # você deve executar o "xconsole" com a opção "-file":
     # 
     #    $ xconsole -file /dev/xconsole [...]
     #
     # NOTA: ajuste as regras abaixo, ou ficará maluco se tiver um um site 
     # muito movimentado...
     #
     daemon.*;mail.*;\
             news.crit;news.err;news.notice;\
             *.=debug;*.=info;\
             *.=notice;*.=warn       |/dev/xconsole
     
     # A linha baixo envia mensagens importantes para o console em que 
     # estamos trabalhando logados (principalmente para quem gosta de ter 
     # controle total sobre o que está acontecendo com seu sistema).
     *.err;kern.debug;auth.notice;mail.crit	/dev/console

17.2.2 klogd

Este daemon controla o registro de mensagens do kernel. Ele monitora as mensagens do kernel e as envia para o daemon de monitoramento syslogd, por padrão.

klogd [opções]

opções
-d
Ativa o modo de depuração do daemon
-f [arquivo]
Envia as mensagens do kernel para o arquivo especificado ao invés de enviar ao daemon do syslog
-i
Envia um sinal para o daemon recarregar os símbolos de módulos do kernel.
-I
Envia um sinal para o daemon recarregar os símbolos estáticos e de módulos do kernel.
-n
Evita a operação em segundo plano. Útil se iniciado pelo init
-k [arquivo]
Especifica o arquivo que contém os símbolos do kernel. Exemplos deste arquivo estão localizados em /boot/System.map-xx.xx.xx.

A especificação de um arquivo com a opção -k é necessária se desejar que sejam mostradas a tabela de símbolos ao invés de endereços numéricos do kernel.


17.3 logger

Este comando permite enviar uma mensagem nos log do sistema. A mensagem é enviada aos logs via daemon syslogd ou via soquete do sistema, é possível especificar a prioridade, nível, um nome identificando o processo, etc. Seu uso é muito útil em shell scripts ou em outros eventos do sistema.

logger [opções] [mensagem]

Onde:

mensagem
Mensagem que será enviada ao daemon syslog
opções
-i
Registra o PID do processo
-s
Envia a mensagem ambos para a saída padrão (STDOUT) e syslog.
-f [arquivo]
Envia o conteúdo do arquivo especificado como mensagem ao syslog.
-t [nome]
Especifica o nome do processo responsável pelo log que será exibido antes do PID na mensagem do syslog.
-p [prioridade]
Especifica a prioridade da mensagem do syslog, especificada como facilidade.nível. Veja os tipos de prioridade/níveis em Arquivo de configuração syslog.conf, Section 17.2.1.1. O valor padrão prioridade.nível é user.notice

Mais detalhes sobre o funcionamento sobre o daemon de log do sistema syslogd, pode ser encontrado em syslogd, Section 17.2.1

Exemplos: logger -i -t focalinux Teste teste teste, logger -i -f /tmp/mensagem -p security.emerg


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Versão 5.20 - Sunday, 03 de November de 2002
Gleydson Mazioli da Silva gleydson@cipsga.org.br